– Giovanni, tenho uma coisa muito séria pra te falar.
– Que foi, Diogo?
– Sabe aquele seu livro que você me emprestou?
– Sei, o Decameron, está gostando?
– É excelente, gostei tanto que li ontem mesmo.
– É uma maravilha, é um dos meus melhores livros.
– Então, hoje na hora do almoço tive um tempinho e fui lá na sua casa devolver o livro.
– Ah, não precisava, não tinha pressa.
– Cheguei lá e a porta estava aberta.
– Pois é, a fechadura está com um problema, preciso chamar um chaveiro.
– Entrei lá e pra minha surpresa, minha esposa estava lá, com a sua.
– Olha só que coincidência! Elas são muito amigas, né?
– Mais que isso.
– É mesmo, de uns tempos pra cá a amizade delas cresceu muito, elas vivem grudadas, é impressionante.
– Mais que isso, Giovanni, elas são cúmplices!
– Como assim cúmplices?
– Elas estão nos traindo!
– Meu deus! Não, não pode ser, quem eram os safados filhos da puta?
– Aí é que está… elas estavam nos traindo com elas mesmas.
– Hã? Como é que é? Você está querendo dizer
– Exatamente, elas estavam nuas, na cama, se agarrando. Elas são lésbicas, nós somos casados com lésbicas, Giovannni!
– Que escândalo, meu deus! E agora, o que é que a gente faz? Divórcio?
– Não, a gente vai fazer melhor – vingança!
– Vingança?
– É, vingança. A gente vai dar o troco nelas.
– Mas como é que a gente vai fazer isso, Diogo?
– Lembra daquela parte do Decameron, onde um teve que dormir com a esposa do outro, pra que tudo ficasse numa boa, porque o outro já tinha dormido com a esposa do um?
– Lembro.
– Então?
– Ih… qual é? Sai pra lá, Diogo!
Umbigocêntrico | 1353-1989-2005
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1 comentário
kkkkkk mas é safadinho esse Giovanni…